Claude Piron

Uma língua simples pode ser uma língua completa?


(Ou: sobre algumas diferenciações importantes)


1. Não se deve confundir "simples" e "rudimentar". Como exemplo de língua rudimentar, poder-se-ia citar o inglês mínimo que serve de mediador entre um turista e um vendedor num mercado do Terceiro Mundo; o inglês com mais recursos, mas igualmente esquelético, no qual comunicam um bom número de importadores e exportadores não anglófonos de pequenas empresas (1); bem como a obra frequentemente elogiada de Jean- Paul Nerrière, o globish (ver sobre o assunto, em esperanto, http://claudepiron.free.fr/lettresouvertes/globish2.htm e, em francês, http://claudepiron.free.fr/lettresouvertes/globish3.htm ). Os «pidgins», línguas mistas, não codificadas, não escritas que nascem espontaneamente dos contactos entre povos diferentes, são igualmente línguas rudimentares.


Uma língua rudimentar é muito pobre. Basta examinar a lista das 1500 palavras do globish para dar-se conta de que esta pretensa língua não se adequa à expressão subtil e matizada, nem mesmo, em muitos casos, a exprimir o que quer que seja. Contrariamente ao que afirma J.-P. Nerrière, este vocabulário restrito não permite esclarecer todas as situações da vida corrente. Por exemplo, não contém as palavras necessárias para dizer: "Por favor, uma salada de tomate!" Obriga frequentemente a recorrer a perífrases complicadas para exprimir noções muito simples: a lista contém "aggression" (agressão), mas nada que corresponda a "aggress"" (agredir) ou a "aggressive" (agressivo/a); contém beautiful (belo/a), mas não beauty (beleza).


Mas sobretudo, uma linguagem pode ser rudimentar sem ser simples, como mostra exemplarmente o globish:


a) retomou toda a ortografia irregular do inglês. A lista dos 1500 vocábulos compreende por exemplo as palavras touch, though, thought e thousand onde o dígrafo «ou» corresponde a quatro sons diferentes.


b) contém um acento tónico que determina frequentemente a pronuncia das vogais, mas porque o lugar desse acento é aleatório, é necessário aprendê-lo com cada palavra.


c) A lista das palavras admitidas compreende we "nós (sujeito)", us "nós (complemento)", our "nosso/a (pronome)", ours "nosso/a (adjectivo)". Numa língua realmente simples, como o chinês, as palavras correspondentes são todas derivadas de "eu", através das partículas que servem para formar o plural e o adjectivo (ver abaixo, ponto 4).


Uma linguagem rudimentar é realmente uma má hipótese, complicada sob vários aspectos. É um erro ver nela uma linguagem ou uma língua simples.


2. Não deve confundir-se "simples" e "fácil". As línguas não têm o mesmo tipo de facilidades. O francês e o russo são difíceis, mesmo para as pessoas para as quais são línguas maternas, se "saber francês", "saber russo" for tomado no sentido de "ser capaz de exprimir o seu pensamento por escrito sem cometer erros". Basta considerar a idade na qual os alunos atingem este nível para dar-se conta de que se trata de um caminho cheio de dificuldades. Em contrapartida, o indonésio é uma língua fácil: os alunos escrevem-no sem erros no final do primeiro ano do básico e quase não cometem erros gramaticais no decurso da sua escolaridade, a língua praticamente não comporta armadilhas.


Existem também línguas que são fáceis de um ponto de vista e difíceis de outro. É o caso do chinês. Falar chinês correctamente é extremamente fácil para as crianças chinesas, enquanto que falar francês correctamente não é fácil para os jovens francófonos (2). Em contrapartida, o chinês escrito é difícil: se não se mantém activo o conhecimento da língua escrita, escrevendo pelo menos uma vez por mês, a forma exacta de muitos caracteres esmorece na memória e já não se consegue mais traçar o caracter desejado, embora se tenha uma ideia global daquilo a que ele se assemelha. Além disso, se o chinês falado é fácil para os filhos do céu, é muito difícil para os estrangeiros: muitos fonemas não existem em nenhuma outra língua, e os tons - ao mesmo tempo altura e linha melódica de uma sílaba ou de uma palavra - tornam muito difícil a pronúncia correcta, e mesmo a compreensão certa de um enunciado (ver http://claudepiron.free.fr/lettresouvertes/begag.htm).


3. Não se deve confundir "complicações" com "complexidade", nem "fundo" com "forma". As línguas do Ocidente contêm, todas elas, de modo variável, muitas complicações. É o caso das conjugações do espanhol e do italiano, a ortografia inglesa, os plurais alemães e numerosas regras rígidas do francês, como as que regem o emprego dos modos: é necessário inibir a tendência natural para dizer si j'avais em vez de si j'aurais (3). Estas complicações podem ser consideradas como uma riqueza. São-no, de um ponto de vista histórico ou literário. Mas não têm nada a ver com a possibilidade de exprimir pensamentos complexos. Em alemão, é necessário praticamente saber o plural de cada substantivo: não há regra geral que se possa seguir; além disso, a ordem das palavras é governada por regras estritas: inversão do sujeito se ele não começa a frase, rejeição do particípio passado no fim da frase, etc. Estes constrangimentos não fazem do alemão uma língua mais bem adaptada à expressão de um pensamento complexo do que o inglês, que se abstém destas complicações. Pelo contrário, inibem o pensamento espontâneo do estrangeiro que não tem uma prática regular da língua. É o mesmo com certas regras do francês. O uso obrigatório do conjuntivo após bien que interrompe o livre fluxo da escrita de muitos dos nossos contemporâneos: "bien que Descartes dise... não, o verbo deve estar no passado ... disse?... será mesmo isso? soa esquisito...ait dit?... eût dit?... dît?... ".


Similares constrangimentos embaraçam quem aborda uma realidade complexa, não ajudam de modo nenhum. Passa-se o mesmo com a impossibilidade, nas nossas línguas, de generalizar as estruturas linguísticas. O facto de se poder dizer vous chantez merveilleusement (canta maravilhosamente) mas não vous violonez bellement (violona belamente) não é uma vantagem do francês, é um entrave para o pensamento que se procura formular: tropeça numa barreira e tem de procurar um rodeio, daí advém um desgaste acrescido de energia nervosa. Estas complicações fazem, em parte, o encanto das nossas línguas, mas línguas como o chinês ou o malaio, onde elas não existem, não são por isso desprovidas de encanto. É diferente, é o que é.


Com efeito, uma perfeita regularidade favorece a expressão precisa do pensamento complexo, finamente diferenciada. É uma das vantagens do esperanto, onde o jogo das combinações livres de monemas põe à disposição do falante três palavras pelo menos para traduzir "pensamento": penso é o termo mais corrente, que é suficiente para a vida diária, mas se se tem necessidade de mais precisão, os meios estão disponíveis sem complicação: pensaĵo designa "a coisa pensada", "o objecto do pensamento" (grego νόημα) e pensado o "pensamento como processo", a "acção de pensar" (grego νόησις). Como o sistema é de uma coerência absoluta, estas modulações - o, - aĵo, - ado podem ser aplicadas a qualquer conceito: kanto "canto", kantaĵo "a coisa cantada", "o canto considerado no seu conteúdo", kantado "o facto de cantar", "a maneira de cantar"; flaro "cheiro", flaraĵo "a coisa cheirada", "o objecto sentido pelo cheiro", flarado "o facto de cheirar" (4).


Uma complexidade ao nível da forma não favorece necessariamente a expressão da complexidade de fundo. Pelo contrário, esta revela-se mais facilmente quando há menos complicações formais. Um pensamento complexo verbaliza-se mais facilmente quando a gramática e o léxico são caracterizados por uma perfeita coerência, ou seja, quando a língua não apresenta irregularidades cujo efeito é travar ou interromper a fluência da formulação.


4. Não se deve confundir "adição" e "multiplicação". O que faz com que uma língua simples possa ser uma língua completa, é a amplitude do combinatório. Por outras palavras, o facto de que cada elemento, longe de se limitar a adicionar-se aos outros, possa multiplicar o efeito. A situação óptima é atingida quando a combinatória é ilimitada. Duas línguas, o chinês e o esperanto atestam-no, como é fácil de verificar quer pela simplicidade quer pela riqueza. O chinês é uma língua muito simples. Compõe-se inteiramente de elementos invariáveis que se combinam à vontade. 我的Wode ("meu") é a forma adjectiva-genitiva 的 de de 我 wo ("eu"). 我们 Women ("nós") é o plural们 men de 我 wo ("eu").我们的 Womende ("nosso") é a forma adjectiva-genitiva do plural de 我 wo ("eu"). Como as estruturas do chinês são regulares a 100%, basta saber estas três palavras, mais 他 ta ("ele"), e 你 ni ("tu") para formar, por si mesmo, 他的 tade ("dele"), 他们 tamen ("eles"), 他们的 tamende ("deles"/"delas"), 你的 nide ("teu"), 你们 nimen ("vós") e 你们的 nimende ("vosso"). Onde uma língua ocidental procede por adição (a eu pode-se apenas acrescentar meu, minha, meus, minhas, mim, nós, nosso, etc.) o chinês procede por multiplicação: as partículas 的 de e 们 men multiplicam o número de vocábulos sem que a memória tenha que assimilar outros. A série completa dos pronomes pessoais e dos adjectivos e pronomes possessivos conta em francês 31 palavras; para traduzi-los em chinês é suficiente saber seis elementos. Mas esta simplicidade não retira nada à precisão: as palavras chinesas traduzem perfeitamente as palavras francesas.


Com efeito, a simplicidade da língua de Confúcio deve-se a dois traços principais:


1) não há nesta língua nem conjugações, nem declinações, dado que a língua se compõe exclusivamente de elementos invariáveis; o que se exprime nas nossas línguas por inflexões exprime-se naquela pela adição de tal ou tal partícula, de modo semelhante ao inglês, no qual forma-se o futuro acrescentando um auxiliar em vez de alterar a terminação;


2) o léxico forma-se pela reunião de elementos significantes. Em português, o facto de ter aprendido cavalo não ajuda nada se se tem de falar de égua, potro ou garanhão; boi não tem a mínima relação de forma com vaca, vitelo e touro). Em chinês, os nomes de animais fazem parte de um sistema regular:


  pequeno
xiao
fêmea
mu
macho
gong
niu
"boi"
xiaoniu 小牛
"vitelo"
muniu 母牛
"vaca"
gongniu 公牛
"touro"
ma
"cavalo"
xiaoma 小马
"potro"
muma 母马
"égua"
gongma 公马
"garanhão"
zhu
"porco"
xiaozhu 小猪
"leitão"
muzhu 母猪
"porca"
gongzhu 公猪
"varrão"
ji
"galináceo"
xiaoji 小鸡
"frango"
muji 母鸡
"galinha"
gongji 公鸡
"galo"

Enfarte do miocárdio", decompõe-se em "coração" + "músculo" + "vaso" + "bloqueador". O autor do presente artigo traduziu centenas de páginas de chinês médico e pode atestar que este sistema é tão preciso quanto a nossa terminologia científica. Esta, com efeito, procede mais ou menos da mesma maneira; a diferença é que extrai as raízes, não da língua comum, mas do latim e do grego.


5. Não se deve confundir "liberdade" com "trapalhada" ou "falta de rigor". O exemplo do esperanto mostra bem como uma língua pode ser mais livre que a maioria e ao mesmo tempo mais rigorosa. A bem dizer, é o seu rigor que lhe confere a liberdade. Se tenho a liberdade de fazer do conceito "música" um verbo, dizendo por exemplo li muzikas "ele faz música", é porque a terminação -as é de um rigor absoluto: significa sempre e exclusivamente que se emprega o conceito na função de verbo no presente do indicativo. A liberdade vem também do facto de que cada elemento linguístico permanece sempre rigorosamente ele mesmo. Em francês, o conceito de visão traduz-se em monemas muito diversos: vu (vue), voy (voyons), vis (visuel, invisible). Em esperanto, independentemente das modulações que os elementos multiplicadores trarão à raiz, ela será sempre, rigorosamente, vid: vido "visão", ni vidu "vejamos", vida "visual", nevidebla "invisível". Este rigor dá ao utente um sentimento de segurança que incentiva a liberdade na expressão.


Basicamente, o chinês e o esperanto funcionam como o sistema métrico, que é muito mais simples, mais rigoroso e mais desenvolvido, do ponto de vista da gama de noções expressáveis, do que os antigos sistemas de peso e de medida. O que lhe permite esta riqueza e esta precisão, evitando ao mesmo tempo a complicação, é o facto de os elementos básicos (metro, grama, litro... mili, centi, deci, quilo, mega,...) se combinarem de acordo com um sistema regular que não tolera nenhuma excepção. Como o vocabulário do chinês ou do esperanto, os termos do sistema métrico podem inscrever-se num quadro de dupla entrada. Formam-se por multiplicação.


As línguas em que nenhuma restrição de uso limita o número de combinações possíveis são por definição muito ricas. Em francês, temos palavras como dizaine, douzaine, vingtaine, centaine, millier ("dezena", "dúzia", "vintena", "centena", "milhar") mas a série é limitada às palavras registadas nos dicionários ou admitidas pela Academia. Está fora de questão dizer septaine, treizaine ou quatrevingtaine. Em esperanto, logo que se assimilou a fórmula "x + o", dispõe-se de uma série infinita: ao lado de deko "dezena", dekduo "dúzia“, cento "centena ", etc., pode-se formar livremente sepo "conjunto de sete ", dektrio "conjunto de treze", okdeko "conjunto de oito dezenas". (Para outros exemplos de séries ilimitadas, ver http://claudepiron.free.fr/lettresouvertes/combien.htm).


O quadro seguinte mostra efectivamente como a simplicidade favorece a riqueza quando a combinatória não tem nenhuma limitação:


  PAROL HELP FOT LEG KIS
I paroli
falar
helpi
ajudar
foti
fotografar
legi
ler

kisi
beijar
O parolo
palavra
helpo
ajuda
foto
fotografia
lego
leitura
kiso
beijo
A parola
oral
helpa
que ajuda, de reforço, de socorro, auxiliar
fota
fotográfico/a
lega
relativo a leitura
kisa
que diz respeito a beijo
E parole
oralemente
helpe
em modo de socorro
fote
fotográficamente
lege
para leitura
kise
com um beijo
EMA parolema
tagarela
falador
helpema
serviçal
prestadio
fotema
com tendência para fotografar
legema
grande amante da leitura
kisema
beijoqueiro
ANTO parolanto
falante
helpanto
ajudante
fotanto
fotógrafo (amador)
leganto
leitor
kisanto
beijador
ISTO parolisto
orador
helpisto
(um) auxiliar
fotisto
fotógrafo profissional
legisto
leitor profissional (por ex. numa editora)
kisisto
beijador profissional (se isso existe, ou por ironia)
INDA parolinda
que merece ser falada (língua)
priparolinda
sobre o/a qual vale a pena falar
helpinda
que merece ser ajudado/a
fotinda
digno de ser fotografado/a
leginda
a ler
kisinda
que vale a pena ser beijado/a

Todo o léxico do esperanto pode inscrever-se num quadro de dupla entrada. Poder-se-ia dizer que o quadro acima é apenas um muito pequeno extracto - um subconjunto, diria um matemático - do quadro que compreende a totalidade do vocabulário da língua, do qual é por definição impossível fazer uma apresentação concreta, dado que é infinito. O esperanto compreende necessariamente palavras sem equivalente nas línguas ocidentais. Estas palavras não colocam nenhuns problemas de utilização para aqueles que compreendem como se formam. Por exemplo, os vocábulos lega, kisa, fotinda, fotema, que se encontram no quadro onde as linhas a, inda, ema (morfemas) se cruzam com as colunas leg, kis, fot (lexemas), podem empregar-se em expressões como estas:


Lia lega rapido, "a sua rapidez em matéria de leitura", "a velocidade a que lê" (5).
Lia kisa konduto, "o seu comportamento no domínio do beijar".
Sceno fotinda, "cena digna de ser fotografada".
Fotema turisto, "um turista que está sempre a fotografar".


Seja dito de passagem, que esta riqueza, compatível com uma grande simplicidade, é particularmente apreciável para a expressão matizada dos sentimentos (ver Claude Piron, O desafio das línguas, Pontes Editores, Campinas, SP, Brasil, 2002, pp. 221-225).


6. Não se deve confundir "evidência" e "realidade". É evidente que o sol gira em redor da terra, e que esta é plana. No entanto estas evidências dos nossos sentidos são enganadoras. Para ter uma ideia exacta do real, é necessário colocá-las em questão e fazer a verificação. Esta regra é aplicável igualmente ao esperanto. Ouve-se frequentemente dizer que é uma língua pobre, rudimentar, incapaz de exprimir a afectividade ou o humor ou que não tem a precisão requerida para responder às exigências de rigor das formulações jurídicas ou científicas. Não é curioso que as pessoas que assim se exprimem o façam sempre a priori? Aquilo parece-lhes tão natural que a ideia de que haveria que fazer verificações não lhes vem ao espírito. Nunca se baseiam na observação de crianças que brincam em esperanto, na observação de uma sessão pública celebrada nesta língua, na análise linguística de registos de conversações ou de textos literários, ou num estudo de documentos técnicos ou administrativos. Nem de resto na muito abundante documentação disponível a respeito da língua de Zamenhof. Transgridem por conseguinte, frequentemente, sem estar a dar-se conta, as regras normalmente aplicadas em direito ou em ciência, onde se proíbe julgar sem terem sido verificados os factos. A sua posição é meramente subjectiva. Não têm o mínimo de objectividade. Pecam - em geral de boa fé, tão forte é o sentimento da evidência - contra a honestidade intelectual.


As pessoas que quiserem saber mais sobre o potencial expressivo do esperanto encontrarão matéria de reflexão no dossiê "Esperanto: o ponto de vista de um escritor" (Le langage et l'homme, 1987, 22, 3, pp.266-271; em francês). Que alguém possa ler este texto e manter a ideia de que o esperanto não é uma verdadeira língua parece impossível ao autor destas linhas. Esta impossibilidade é para ele uma evidência. Porém ele sabe bem demais até que ponto esse sentimento de evidência pode ser enganador e acolherá com prazer uma recolocação do problema. Se uma pessoa recusa os factos expostos neste artigo, será importante que o autor do artigo (que é também o autor do presente documento) saiba que factos contraditórios ela lhe opõe. Ou, se aceita estes factos, mas recusa ao esperanto o carácter de língua integral, o autor ficaria igualmente muito feliz em saber como justifica essa posição. Enfim, se ele não tem razão, é importante que tome consciência disso. Pode-se contactá-lo pelo endereço c.piron(arroba)bluewin.ch.


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1. Encontra-se uma boa descrição deste mau inglês em: Barry Newman, "Global Chatter - World Speaks English, Often None Too Well;" Results Are Tragicomic ", The Wall Street Jornal, 22 de Março de 1995. A julgar pela análise linguística de conversações telefónicas entre pessoas que participam no comércio internacional, esta linguagem é abrupta, cheia de exageros, simplista, descortês, directa ao ponto de ser ameaçadora, descolorida, incapaz de exprimir sentimentos, e onde o humor não tem nunca lugar. "Estas pessoas visam a normalidade, mas vivem na confusão," conclui o autor da análise, o Prof. Firth, do departamento de linguística da Universidade de Aalburgo (Dinamarca).


2. Em que idade se substitui vous disez por vous dites, plus bon por meilleur, des cheval por des chevaux? Por definição, este tipo de erro é impossível em chinês.


3. Esta inibição não é consciente senão na infância, mas permanece, inconsciente, ao longo de toda a vida. Um pouco de álcool, um medicamento psicotrópico ou uma forte emoção são suficientes para que a forma repelida reapareça.


4. O «a» marca a função adjectiva, flara quer dizer "olfactiva". Quanto às palavras “pensa” e “kanta”, imediatamente compreensível a todo o esperantófono, não têm um equivalente francês, pode-se traduzi-las apenas perifrasticamente: "da ordem do pensamento", "relativo ao pensamento"; "no que respeita ao canto", "tendo as características do canto". "Pensativo" diz-se pensema. Kantema não tem um equivalente francês, esta palavra quer dizer "que tem sempre uma canção nos lábios", "que está em relação ao canto, como uma pessoa galhofeira está em relação ao rir".


5. Lia, "seu", "sua", é o adjectivo (-a) que corresponde a li, "ele", "ela".